segunda-feira, 30 de junho de 2008

Falta pouco pra R$1,00.

O seu Lili tava certo. Eu prefiro ter um filho viádo, do que um filho que trabalhe no departamento meteorológico. Que inverno é esse? Cadê o frio? Até agora só vi ( e senti) a chuva e a umidade dessa cidade maldita. Saio de casa com casaco e o escambal e fico carregando tudo, minha mochila não aguenta mais. Tá dose.
Daí que no final de semana fui viajar pra fora com a família e pensei "po, vou levar um casacão porque lá é frio."


Rá!


Passei o dia todo de camiseta!

CAMISETA BIXO!

E óbvio que eu saí de casa com uma camiseta que eu uso pra dormir, daí ficou bacana. Toda a família reunida pro aniversário da Eleninha e eu lá, com uma camiseta furada embaixo do braço!
Por isso que o meu amigo Egídio tá certo.

Inverno mais rigoroso dos últimos anos, só se for economicamente falando, porque como diz meu amigo Cabelo, "falta pouco pra um real."

quarta-feira, 25 de junho de 2008

.

Ele sentiu uma sensação incrível ao acordar.
Pela primeira vez em sua vida se sentiu cheio, de nada.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Happy together, unhappy together.

Ele acordou sufocado pela noite anterior. Sua atmosfera particular estava saturada.
De repente ele lembrou das promessas feitas para não serem cumpridas. Riu, chorou, levantou e fez o chimarrão.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Bazar.

Violões, buttons e camisetas.
Domingo à tarde na praça Coronel Pedro Osório.
Levem seus violões, seu chimarrão e algum dinheiro para sair ocm algum produto personalizado da banda!

Vamo lá ô bunda mole!

The Checks.

Meu amigo Teco indicou. Bandinha nova, mas diferente dessas que a gente tá acostumado a ouvir. As vezes lembra Beatles, as vezes lembra Stones, as vezes não lembra nada convencional. É meio que um apanhado de clichês britânicos, misturado com um blues norte americano. Tipo a Canastra.

Enfim, é meio foda de achar o disco deles a não ser no myspace, mas eu uppei ele pro rapidshare.

Vale a pena.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

nao ipmrota a odrem dsa lretas.

A palavra Umbrella me dá fome, assim como água potável me causa uma imensa sede.
As placas de proibido fumar me dão uma imensa vontade de acender um cigarro, assim como a palavra menstruação me faz ter vontade de me esconder. Tem dias que eu fico pensando nas relações das palavras com os meu sistema nervoso. Só de pensar no meu sistema nervoso, me cago de medo de ter um derrame.

terça-feira, 17 de junho de 2008

A piada da revolução.

Sou fã de Beatles, mas não sou muito fã da personalidade John Lennon. Sempre achei ele meio demagogo, hipócrita e aparício, mas enfim, à sua maneira ele conseguia dizer algumas coisas importantes. A velha história do faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Assim como Lennon, outros que fizeram parte da geração 60, ajudaram a modificar alguma coisa que incomodava a juventude da época - bocejos. Aquele oba oba dos anos 60, influencia até hoje a publicidade, a moda, a política e o caralho a quatro no mundo inteiro. Boa parte da população, com capacidade de discernimento, é entusiasta e saudosista dos anos 60, tendo ou não vivido àquela época. Revolução, maio de 68, rock and roll, psicodelia, toda a liberdade custe o que custar, negros x brancos, não à segregação racial, morte à ditadura.

Caleabouken!


Parei um pouco na frente da tv hoje e vi algumas coisas que me intrigaram.

Vi um macaco cantando uma música do Bob Marley, pra um comercial de uma montadora multinacional. Vi mais um empresário utilizar a filosofia hippie para faturar milhões em um museu com a temática do Woodstock. Vi um negro, co-fundador do rock and roll, ceder uma música para a campanha do candidato republicano às eleições norte-americanas. Vi uma patricinha cantando Jazz.

Agora, às 02:00 de quarta-feira, eu digo mais uma vez:

Ou eu é que to louco e tá todo mundo certo, ou realmente os postes estão mijando nos cachorros.

Vício.

Eu estava comentando com um amigo esses dias: O vício é importante e necessário, desde que não atrapalhe o convívio social do indivíduo. O vício perdura durante toda mudança, seja ela física, moral ou geográfica. Ele serve pra te fazer lembrar quem tu és.


Continua.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Buraco de minhoca.

Frederico acordou e ficou deitado mais um pouco, coberto pelo edredom que o aquecia naquela manhã gelada de inverno. Pensou em levantar, esperou passar o tempo, acendeu um cigarro. Começou a sentir um formigamento na perna esquerda. Toca o celular:
- Alou
- Frederico Ruas?
- Sim, quem é?
- Antônio Bernardi.
- O que o senhor deseja?
- Frederico, o senhor poderia, por favor, tirar sua perna de cima da minha mesa?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Imponentes em confronto.



Me lembro bem de passar pela Praça Coronel Pedro Osório, quando criança, e ver a construção do prédio em frente a estátua do coronel. Obra a toque de caixa, com a estrutura erguida rapidamente, era o progresso chegando. Mas o tempo passou e a obra, como sempre, parou. O coronel ficou ali, olhando, como se dissesse para a obra: "bem feito", com o amargor típico do pelotense, que insiste em denegrir qualquer coisa que faça o próximo obter algum reconhecimento. Mais tarde, eu comecei a passar as tardes naquela praça, sentando em volta daquela estátua junto com meus amigos. Drogas, álcool, violão e o rock and roll. Muita gente se reunia ali, era o point daquela gurizada. Os de preto, como éramos chamados. Ali, na volta daquele monumento, fiz as melhores amizades da minha vida, comecei a viver, realmente. Os transeuntes nos olhavam com reprovação. Não raro, na época da Feira do Livro, tentavam correr a gente dali, com abordagens policiais, espandindo a feira para a nossa posição estratégica e todo o aparato retrógrado de cidade provinciana. Porém, não conseguiram. Ficávamos ali, fazendo companhia as prostitutas, criando lendas, fazendo história, o Coronel era nosso. Algum tempo depois, tiraram os bancos daquela região, o que só fez com que a gente se aproximasse mais da estátua, que oferecia assentos de primeira categoria. Lembro bem de uma vez, em que alguns "revolucionários" numa tentativa de pixar o monumento, foram corridos da praça pela tal gurizada de preto, porém em alguma madrugada eles o fizeram. O coronel não se abateu, ficou ali, com sua mão no bolso, como se estivesse pronto para tirar um maço de dinheiro para dar de gorjeta para algum garçon ou flanelinha. A obra parecia não gostar de toda aquela agitação em torno daquela estátua velha, símbolo da aristocracia latifundiária pelotense. A obra era o novo! Aqueles jovens cabeludos, de roupas escuras, que passavam o dia a conversar sobre música e festas, deveria se concentrar dentro da obra, caso não tivesse sido abandonada, o Coronel apenas ria e continuava com a mão dentro do bolso, em desafio a obra: "precisas de dinheiro para crescer? eu pago, é só me pedir".
Numa tarde temporal, a obra se irritou, começou a jogar pedaços de pau, pedras e ferros em direção ao coronel, que se manteve imóvel. A policia nos tirou dali, fiquei dentro do fliperama da esquina, vendo a briga, E que briga!!! A obra tentou te todo o jeito acertar o coronel, mas não conseguiu. O coronel não revidou, ficou na sua mesma posição, imóvel, estático, com o velho sorriso no rosto e a mão no bolso.
Certo dia, foi noticiado que a praça e o chafariz entrariam em reformas. Poucos dias depois, a praça foi fechada com tapumes de madeira e cercas. Ficamos perdidos, sem termos pra onde ir, mas pelo menos tinhámos a esperança que o nosso lugar ia ficar melhor, mais aconchegante. Demorou, muito, mas a praça ficou "pronta", mas não tinhámos notado nada de diferente, a não ser o chafariz pintado. O calçamento continuava ridículo, os bancos seguiam quebrados e o coronel ali, sujo, pixado mas mesmo assim imponente. Um poeta urbano da época chegou a escrever uma canção que dizia: "Mais de quinhetos mil real, pra passar no chafariz uma mão de cal. Com o pó que sai do chafariz, o prefeito da cidade entupiu o nariz." Mal ou bem, eles conseguiram acabar com o nosso ponto, o tempo passou, todo mundo começou a fazer alguma coisa e começou a perder as tardes livres, de conversas, tragos e violões. O coronel continua ali, olhando desdenhosamente para a obra, assim como as velhas que passavam pela passarela da praça, olhavam aqueles garotos que habitavam a praça durante as tardes pelotenses. Bons tempos, boas coisas.


*post inspirado na foto, tirada por rafael takaki : http://www.flickr.com/photos/rafael_takaki

terça-feira, 10 de junho de 2008

O preso.

É meio velho, mas não faz mal. Semana passada, foi notícia em todos os meios de comunicação do país a história de um dos maiores traficantes do nordeste brasileiro. Genílson Lino da Sila, o Perna , comandava seus negócios de dentro da cadeia. Foram encontrados aparelhos de ginástica, drogas, dinheiro, eletrodomésticos e a chave da própria cela (sic). O promotor de justiça Paulo Gomes Júnior, afirmou que tinha que pedir autorização para o traficante para poder entrar no presídio. Melhor ainda, quando o Perna foi sentenciado, o pessoal que trabalha na penitenciária Lemos Britto teve que esperar ele chegar, porque ele era a única pessoa que detinha a chave da cela. A situação era tão ridícula, que chegava ao ponto de haver um cartaz na porta da cela, com os dizeres "não incomode, estou com visita!". Sério! Como se não bastasse toda essa esbórnia a olhos nús, com direito a entra e sai de prostitutas, companheiros do crime e cooptação de funcionários federais, foi necessária toda uma operação conjunta entre a polícia militar baiana e a polícia federal, para por fim na festa do cara. Sabe qual foi o resultado? O cara foi PRESO! Mas peraí, ele já não estava dentro de um presídio e bararás???? (?????) O que acontece com alguém que é preso dentro da cadeia na qual cumpre pena? Manda o cara pro inferno?

Sério, eu imagino a cena:
1)
Policial: - Teje preso, Perna!
Perna: - Hã?!

2)
Eles soltam o cara, daí quando ele dá um passo fora do presídio o policial fala:
- Teje preso!
Perna: - Tão de gozo!

3)
O policial entra na cela, com o mandato de prisão (sic):
- Teje preso!
Perna: - Po seu poliça, vamo fazê um churrasquinho aí e assistir o jogo do flamengo.
Poliça:
- Ah não Perna, eu sou Curintia. Contra quem é?
Perna:
- Flamengo e Curintia!
Poliça: Eita nóis!
Sim, porque todo nordestino torce ou pro flamengo ou pro curintia.

Pula Maxwell do martelo prateado.

Já fazia algum tempo que Maxwell andava chateado. Desde criança viviam dizendo para ele pular. Os tapas na cabeça eram frequentes. Dizem que um dia foi rico. Mulheres, carros, hiátes, drogas, peças de teatro, viagens pelo mundo. Hoje em dia vive por aí, vagando, com uma garrafa de grapa nas mãos e uma camiseta de um candidato eleito - amigo de infância dizem uns. Parece que é louco... dizem que matou sua família inteira a marteladas mas foi inocentado por comprovar insanidade mental. Gastou quase toda sua fortuna pagando os melhores advogados do país e o resto despejou na campanha eleitoral de um amigo. Parece que é aquele da camiseta, mas ninguém leva muita fé, afinal quem acredita num mendigo bêbado. De tempo pra cá Maxwell parou de acreditar nos sóbrios. Quase cego, só acredita no seu cachorro, o Morsa. Continuou pulando quando ordenado, mas agora decidiu parar com essa besteira. Não precisa mais disso pra chamar a atenção, está velho demais para isso, quer só descansar em paz. Outro dia quase apanhou de uns garotos que voltavam de uma festa. Quando eles gritaram - pula Maxwell - ele se deitou no chão agarrado ao Morsa e ficou ali, ouvindo os xingamentos dos garotos, que inconformados exigiam alguma reação de Maxwell. Virou sua marca. Sempre que pediam para ele pular, ele se deitava junto ao Morsa, até que um dia encheu o saco. Vinha caminhando normalmente, acompanhado da sua grapa e do seu cusco, quando começou a algazarra na esquina. Assalto a banco. Os assaltantes saíram atirando de dentro do banco, os policiais se escondendo, atirando, chamando reforço e Maxwell caminhando, tudo aquilo parecia rotineiro. Um casal de namorados avistou Maxwell e apavorados começaram a gritar - Pula Maxwell! Pula! Maxwell não pulou, nem deitou. Não parou, nem voltou. Não continou.