terça-feira, 30 de setembro de 2008

Melhor resultado, impossível!

Bom, passado alguns dias após o Grenal, com algumas reflexões e conversas de boteco travadas com amigos eu cheguei a uma conclusão.
Esse resultado vergonhoso, pra um time que almeja o título, contra um ocupante do meio da tabela, foi a melhor coisa que aconteceu para o Grêmio nesse segundo turno do BR-08.
É impossível, um time com o tipo de torcida que tem o Grêmio, com jogadores experientes, com os salários em dia e com a estrutura oferecida, não tomar um chacoalhão violento.
A coisa que mais me deixou feliz foi ver o Léo, indignado, chorando, mostrando que o time quer reagir. Podem anotar, o Grêmio ganhou esse campeonato, após sofrer essa derrota vexatória, para um time que ocupa a metade da classificação e que tá jogando só pra cumprir tabela. Se o Grêmio tivesse perdido esse jogo por uma diferença irrisória de gols, ou até mesmo empatado, com um escore magro, como 1x1 ou 2x2, eu ia ficar preocupado, mas essa goleada vai servir pra alguma coisa.

O que mais me preocupa, não é o time do Grêmio, nem os adversários que ainda temos pela frente. Tão pouco o Palmeiras, que tem um time limitado, com uma torcida oportunista, mas que tem um bom técnico e muito dinheiro. Não me preocupa mesmo. Me preocupa pelo fato de a gente estar jogando esse campeonato contra toda a mídia do centro do país, condicionando arbitragens e fazendo pressão no elenco do Grêmio.

O Grêmio liderou o campeonato por quase 15 rodadas e quando muito, saía algum destaque sobre algum jogador tricolor. Porém, do Corínthians (série B), Vasco (futuro rebaixado), Santos (=vasco), Fluminense (= aos anteriores), todos os dias saía alguma coisa sobre o cabelo novo do Lulinha, ou sobre a birra do Edmundo com um gandula, ou sobre o brinco do Cléber Pereira, ou sobre uma furada do Somália. E isso influencia e como. Jogador de futebol, está no limiar entre atleta e artista. É inegável que todos os jogadores de grandes clubes, são como atores de um filme de sucesso. Todos gostam da paparicação da mídia, das mulheres, dos donos de festas (exceto homens como Victor, Dinho e Sandro Goiano). Aí tá, lá tá o Réver, gastando a bola, fazendo poucas faltas por jogo e jogando na defesa menos vazada do campeonato. Liga a tv na segunda-feira, pós rodada, e vê os caras falando do LUÍS ALBERTO, do GLADSTONE, do JÉCI! Porra, é de ficar de cara. Não valoriza o trabalho do cara, isso acaba influenciando no rendimento do time. Talvez esse seja um dos fatores de o Grêmio não estar conseguindo segurar jogadores por mais de uma temporada. Hugo e Diego Souza são alguns exemplos.
Por falar em Diego Souza...o cara foi absolvido depois da agressão gritante que ele fez no cara do Cruzeiro.

Quanto vocês apostam que o Tcheco vai pegar no mínimo uns 3 jogos por causa do que aconteceu no Grenal?


Enfim, o Grêmio é assim. Quando parece que as coisas estão perdidas, ele suga forças do fundo da alma pra conseguir o objetivo. Chocolate galático, cavalo paraguaio? Isso vermelhos e cornetas, sigam fazendo isso. Dia 07/12/2008 o Grêmio vai jogar contra o Galo, com o Olímpico completamente lotado e vai levantar o caneco! Ostentando o título de campeão nacional, durante todo o ano vindouro, que por sinal, é o do centenário vermelho. Tem flauta melhor?

domingo, 21 de setembro de 2008

O melhor 20 de setembro do estado.

Olha aí tchê!

Não tem expressão que indique melhor que tu fez uma cagada do que o "Olha aí tchê!".

É batata:

A criança está descendo a escada com o vidro de perfume da mãe. Um pé após o outro, um patins no meio do caminho e cataploft. Vidro quebrado e criança com o joelho ralado. E o pai, que está passando ali por perto só consegue falar:

- Olha aí tchê!

Ou então:

Roberta está aprendendo a dirigir. Fernando dá uns toques, explica algumas coisas. É gentil, disfarça bem quando está irritado com as barbeiragens de seu amor. Até Roberta chegar no cruzamento mais perigoso do bairro, engatar a marcha errada e fazer o carro apagar em pleno horário de pico. Fernando só estica as mãos espalmadas para a frente e brada:

- Olha aí tchê!!

E o mais legal de tudo isso, é que as pessoas só gritam pra tu olhar pra alguma merda que tu já tenha feito, depois de ter feito a tal merda. Faria mais sentido se o alerta fosse dado antes.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Olho vivo e pé ligeiro, como dizia o senhor Arthur Imero.

Certo dia de noite. A cidade soturna, com uma aparente ausência de vida mas com o todos os pecados capitais acontecendo. Homens mal-encarados em portas de casas normais, como que porteiros/seguranças, controlando a entrada de estabelecimentos suspeitos. Carros passando lentamente pelas ruas conhecidas, onde as portas para a felicidade instantânea estavam sempre abertas, fossem químicas ou carnais. Em algumas quadras esparsas, bares abertos, com velhos homens sentados ao balcão, bebendo um líquido denso, escuro. O vento arrepiante que gelava a face e fazia o frio ser sentido no começo da espinha. Lá estava ele, parado na esquina, com seu cigarro à mão esquerda. Apenas um fone ao ouvido, o outro pendia à altura do peito, como um pêndulo de um relógio de corda, acompanhando o ritmo de sua última caminhada. Respirava ofegante, queria chegar em casa logo, mas mesmo assim gostava daquela atmosfera noturna. Gostava da noite, de suas bizarrices e figuras esdrúxulas, como as proparoxítonas. Resolveu seguir em frente, já estava há algum tempo a observar o casarão azul da esquina da praça. Havia uma janela aberta e uma claridade aparentemente vinda de uma luz de velas. Ficou parado alguns minutos ali, vendo se aparecia alguém. Lembrava daquela antiga casa de quando era criança e passava por ali com seu avô, que contava histórias macabras sobre o fantasma do aristocrata que ali vivia. Depois de grande, viu o casarão ser reformado pelo governo, foi à re-inauguração, com celebridades da televisão e a high society da cidade. Tudo falso mas elegantemente lindo.
Dobrou uma esquina, duas e teve a nítida sensação de que estava sendo seguido. Olhou pra trás e a única coisa que viu, foi um senhor que caminhava de chapéu e guarda-chuvas a umas duas quadras de distância. Não deu bola e seguiu pra casa. Andou mais algumas quadras e olhou para trás de novo. O senhor agora estava a uma quadra de distância. Apertou o passo. Uma esquina, duas, três, quatro. Duas quadras de casa, olhou para trás. O senhor agora não parecia mais tão senhor assim. Conseguiu identificar o físico de um jovem atleta, por debaixo do paletó. Tirou sua chave do bolso, para agilizar a entrada em casa, não estava confortável com a presença do homem de terno preto, chapéu e guarda-chuvas. Ouviu os passos do homem acelerarem e acelerou junto. Ganhou sua quadra e como num passe de mágica, entrou em casa ofegante. Ouviu mais passos, vozes, tiros, gritos. Foi até a janela, viu outros homens, encapuzados, espancarem o homem que o seguia. O chapéu azul caído ao meio fio, o guarda-chuva em cima de uma grade de bueiro. A última coisa que conseguiu ouvir, foi a voz do velho homem implorando por mais um tiro.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

delorean.

Por que a névoa me impede de te ver?
Por que eu corro e corro, mas sempre em círculos? Nunca consigo achar o rumo pra te encontrar.
Outro ida ainda, eu achava que tinha achado o caminho certo. A direção pra te acertar em cheio, mas depois de algum tempo, vi que tremia tanto, que a minha mão fez eu errar o alvo. Cravejei a história de balas e não obtive resultado nenhum. Até com coisas bonitas, tentei te conquistar. Fiz canções, concertos. Só não fiz poesias, porque das artes, é a que menos me faz sentir algo. Apostei, bati cabeça, insisti nas coisas erradas e cada vez mais, parecia que estavas mais longe de mim. Agora, eu acho que achei o caminho de novo.
Bom mesmo seria ter o Doc Brown como amigo. Ele sim sabe de tudo.